CIDADES |
Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social de Getúlio Vargas presta contas do primeiro quadrimestre de 2025 |
Secretário Elgido Pasa detalha investimentos, complementações hospitalares e filas de espera |
A Prefeitura de Getúlio Vargas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, apresentou a prestação de contas referente ao primeiro quadrimestre de 2025, detalhando os investimentos e os desafios enfrentados para garantir o atendimento da população. O relatório evidencia o esforço do município em manter a assistência mesmo diante de limitações orçamentárias e responsabilidades que deveriam ser assumidas pelos governos estadual e federal.
Segundo o secretário Elgido Pasa, os gastos com saúde chegam a 22% do orçamento municipal — bem acima dos 15% mínimos exigidos por lei. “Com 15% não conseguiríamos fazer quase nada. E, mesmo aplicando 22%, ainda deixamos de atender muitas demandas, porque o orçamento da Prefeitura precisa contemplar educação, obras, infraestrutura e outros setores essenciais”, afirmou.
Mais de R$ 1,3 milhão investidos em complementações hospitalares
Entre os principais investimentos destacados estão as complementações feitas aos hospitais São Roque e Santa Terezinha, referências em média e alta complexidade na região. “A população precisa saber que toda consulta feita nesses hospitais tem complementação paga pelo município. Por exemplo, cada consulta no São Roque, que antes custava R$ 176,00 passou a R$ 194,00. No Santa Terezinha, a consulta é de R$ 191,05”, explicou o secretário.
Nos primeiros quatro meses de 2025, a Prefeitura investiu R$ 778 mil em complementações e sobreavisos no Hospital São Roque e R$ 420 mil no Hospital Santa Terezinha. O total supera R$ 1,3 milhão. “Esse recurso, em tese, deveria ser custeado pelo Estado e pela União, mas como queremos que nossos pacientes sejam atendidos, as prefeituras da região estão arcando com esses valores”, acrescentou.
Filas de espera por consultas e exames seguem preocupando
Mesmo com os altos investimentos, o município enfrenta longas filas de espera para consultas especializadas e exames. Na oftalmologia, são 152 pessoas aguardando atendimento; ortopedia de joelho tem 66 pacientes na fila; ortopedia da coluna, 55; otorrinolaringologia, 36; e neurologia, 11. Outros exemplos incluem 20 pacientes aguardando por endocrinologia, 14 por cardiologia e 8 por ginecologia e urologia, cada.
Nos exames, a demanda também é elevada: 324 pacientes aguardam por ultrassonografia com Doppler, 305 por tomografia computadorizada, 271 por colonoscopia, 225 por endoscopia e 158 por ecocardiograma transtorácico. “Se o recurso investido em complementações pudesse ser destinado à prevenção e aos exames, teríamos condições de reduzir essas filas. Infelizmente, precisamos cobrir falhas de outros entes federativos”, lamentou o secretário.
Falta de profissionais e baixa remuneração travam atendimentos
Elgido Pasa também destacou que a baixa remuneração oferecida pelo SUS é um dos fatores que dificultam a contratação de especialistas. “Hoje, o SUS paga R$ 13,50 por consulta. Nenhum profissional trabalha por esse valor, por isso as prefeituras complementam. Mesmo assim, o valor ainda é aquém do mercado”, explicou.
O secretário chamou a atenção, especialmente, para a fila de cirurgias ortopédicas. “No Hospital Santa Terezinha, temos um único médico para realizar próteses de joelho. Ele faz seis cirurgias por mês para atender 32 municípios. Isso trava toda a fila. Já tivemos reuniões com a direção do hospital e outros secretários, mas a situação só mudará quando o Estado conseguir ampliar a equipe ou realizar mutirões, como já foi prometido”, relatou.
Transparência e compromisso com a população
Por fim, o secretário reforçou o compromisso da gestão com a transparência e convidou a população a procurar a Secretaria para esclarecer dúvidas. “Estamos à disposição da comunidade. Nossa equipe está aqui de segunda a sexta-feira, pronta para explicar como funciona o sistema, o que cabe ao município e o que é gerido pelo Estado. Trabalhamos com seriedade, sempre buscando fazer o melhor com os recursos que temos”, afirmou.
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