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Moradora de Arroio do Meio, na região do Vale do Taquari, agradece ajuda de getulienses |
A família de Liane Pretto, 72 anos, foi atingida pelas enchentes no mês de maio |
A aposentada Liane Pretto, de 72 anos, viveu de perto os devastadores efeitos das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. Moradora de Arroio do Meio, na região do Vale do Taquari, ela e sua família enfrentaram duas grandes enchentes em menos de um ano, sofrendo perdas irreparáveis, mas também testemunhando uma onda de solidariedade que lhes devolveu a esperança.
Liane mora na mesma rua há 65 anos e, apesar de ter presenciado pequenas enchentes ao longo da vida, nunca imaginou que veria sua casa completamente tomada pelas águas. "Desde pequena, assistíamos às enchentes. Um valão perto de casa enchia de água, víamos o Rio Taquari sair fora de seu leito, mas não passava disso", relembra. Tudo mudou em 5 de setembro de 2023, quando sua casa foi invadida pela água, atingindo um metro de altura e causando a perda de bens e memórias afetivas que ela e o marido levaram anos para construir.
Contudo, a pior tragédia estava por vir. Em 2 de maio de 2024, uma nova enchente devastou a cidade. "Nossa casa, nosso porto seguro, estava coberta de água até a chaminé. Não havia bancos abertos, o comércio estava destruído. Estávamos sem energia elétrica, sem água, sem comunicação, e as duas pontes que ligavam Arroio do Meio a Lajeado estavam destruídas", relata Liane. O cenário era de caos e destruição, com moradores tentando resgatar o que restava de seus pertences em meio ao barro e escombros.
Apesar de todo o sofrimento, Liane expressa profunda gratidão pelo apoio que ela e sua família receberam. "Felizmente, 'anjos sem asas' vieram nos ajudar. Verdadeiros batalhões arregaçaram as mangas e nos devolveram a vontade de viver", afirma emocionada. Ela destaca o trabalho voluntário de equipes vindas de Chapecó, Santa Catarina, bombeiros, prefeitura e organizações locais como Rotary e Lions, além das doações que chegaram de cidades como Passo Fundo, Getúlio Vargas, Carazinho e Nova Prata.
Liane, seu marido, sua filha e os netos encontraram abrigo temporário na casa do filho, localizada em uma parte mais alta da cidade, mas a reconstrução física e emocional continua. "Seremos eternamente gratos a Deus, à nossa família, ao batalhão de voluntários e a todos que nos ajudaram. O apoio que recebemos foi essencial para nos manter de pé", finaliza Liane.
A enchente de maio deixou cicatrizes profundas em Arroio do Meio, mas também revelou a força de uma comunidade que, unida pela solidariedade, busca reconstruir suas vidas e suas esperanças.
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