A gente se ama muito, mas discute o tempo todo |
|
Resquícios da nossa infância estão sempre presentes em nossa vida |
Como pode duas pessoas se amarem e se machucarem tanto ao mesmo tempo? Num minuto estão bem, mas no minuto seguinte já estão brigando de novo.
A verdade é que, muitas vezes, atuamos como crianças em corpos de adultos. Se você prestar atenção, perceberá que a vida adulta não é tão adulta como parece. Resquícios da nossa infância estão sempre presentes em nossas reações emocionais e comportamentos, revelando nossas feridas toda vez que nos sentimos inseguros, contrariados, frustrados, injustiçados, rejeitados ou abandonados. Você não tem problemas de relacionamento, tem problemas de infância que se disfarçam de problemas de relacionamento.
Se observarmos como discutimos, como nos afetamos e como reagimos quando somos afetados, poderemos acessar nossa dor para além do comportamento do outro. Você já deve ter percebido que em nenhuma outra circunstância tendemos a nos comportar tão mal quanto em nossos relacionamentos. Neles, nos tornamos pessoas que nossos amigos mal reconheceriam. Quando o outro nos faz algo que nos ameaça, as decepções passadas ressurgem, trazendo à tona emoções e inseguranças que já vivemos anteriormente. O outro, muitas vezes, atua como um catalisador fazendo aparecer o que tentamos ignorar ou negar em nós mesmos.
Uma pessoa inconsciente jamais admite seus defeitos ou sua parcela de responsabilidade no conflito gerado. Pelo contrário, os nega e os transfere para o outro. Sem um trabalho emocional consistente, você continuará reagindo mal a qualquer situação de ameaça. A criança ferida que vive dentro de você precisa ser curada. E para isso você vai precisar se tornar sua própria figura de cuidado. Eu espero que você se lembre que cutucar a ferida do outro não vai fazer com que a sua pare de doer. A única maneira de deixarmos de ferir o outro é curando as feridas da nossa criança interior.
Autoria: Rana Vitória.